quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Eleição Presidencial de 2010

Sei que estamos um pouco atrasados com relação ao evento, mas a questão ainda é atual e assim promete ser por um bom tempo. Sim, vamos falar sobre eleições no Brasil e com isso, falar um pouco do mundo.

Essa foi sem dúvida a eleição das redes sociais, primeira vez em que um evento desse acontece com tanto espaço para as pessoas bradarem o que pensam e debaterem idéias em twitter, facebook e afins. Isso poderia ter sido algo maravilhoso, mas pra mim, foi um tanto quanto decepcionante. Descobri que muita gente, muitos amigos inclusive, tem o discurso que promove a desigualdade entre os seres humanos e os conseqüentes privilégios para uma minoria da população. Mas tudo bem, faz parte do convívio social aceitar o que as pessoas pensam, por mais antagônico que isso seja aos seus próprios pensamentos, mas eu gostaria de ter ouvido mais discursos próprios e a presença de mais informação na construção desses mesmos discursos.

Eu votei na Dilma. Estou feliz com a vitória? Não, não estou, não votei nela no primeiro turno e não, também não votei na Marina. Mas não estou triste como estaria se o Serra tivesse sido o presidente eleito. Sem querer desmerecê-lo como pessoa, mas simplesmente não acredito no liberalismo. Não acredito em crescimento econômico, não acredito no capital, não acredito que o atual sistema possa ser adaptado para diminuir a desigualdade social, uma vez que esta é base para a sua existência e permanência. Acredito que o mundo precisa de uma mudança completa e urgente, pois há uma inversão enorme de valores nele que nos torna uma sociedade extremamente individualista e eu tampouco acredito no individualismo. Sim, eu sou de esquerda, acredito na revolução que não significa, como tanta gente gosta de relacionar, violência. Algumas pessoas verão então, que tampouco acredito no PT.

Durante esse segundo turno ouvi alguns comentários relacionados a comunismo, partidos e políticos de esquerda, governos que defendem movimentos sociais como o MST, e tive a impressão de estar ouvindo sobre a eleição em um outro lugar, que não consigo imaginar qual seja, mas que parece algum onde eu gostaria de estar. A eleição que aconteceu aqui em nada tem que ver com comunismo, ou qualquer outro proposta de esquerda, foi mais uma entre tantas manifestações do capitalismo. Com uma diferença que foi a escolha entre a praticamente total negligência com quem mais sofre com o sistema e a assistência mínima a algumas dessas pessoas. Como eu disse anteriormente, não é no que acredito, em pequenas mudanças em um sistema desigual por natureza, essa não é a solução. Devia ser uma medida provisória, até que não fosse mais necessário alguém precisar dela, mas não é, não estamos caminhando pra uma mudança tão grande que acabe com os miseráveis do Brasil e do mundo.

O atual governo foi e é voltado para nós, privilegiados, que somos minoria e assim também será o próximo, mas ao menos não é um governo que nega a situação indigna em que vivem tantos brasileiros e nem que atribui isso unicamente a capacidade individual de obter “sucesso”. Como eu disse, com a Dilma, nada realmente muda, principalmente para nós, classe média que não passa fome. Tampouco muda a corrupção que domina a política brasileira desde seus primórdios e que, caso não lembrem os desmemoriados, dominou o último governo do PSDB, ainda que este também tenha sido importante para o país. Para o fim desse mal, é preciso que se acabe com a mentalidade que movimenta a desigualdade, a cultura do lucro. O dia em que a política governamental tiver como fim as pessoas e não o dinheiro, não precisaremos nos preocupar com corrupção.

Eu sei que muita gente vai ler isso aqui e pensar em idealismo e associar a ingenuidade, mas eu associo a informação e a um elemento maravilhoso do qual somos capazes, mas que não é valorizado no capitalismo, eu associo a humanidade, nossa capacidade de agir enquanto seres humanos e para os seres humanos. Também vai ter quem pense em defesa desse sistema com argumentos como o da propriedade privada, da livre competição, do direito ao lucro, ao consumo, a importância da economia como única forma de movimentar o mundo, não sobrando nenhuma outra alternativa, como se ele tivesse brotado assim e nunca tivesse mudado na história e como se tudo isso significasse progresso. Mas como eu já disse, não acredito em nada disso. Eu acredito em mudança, acredito em conscientização e mobilização social, em dignidade, em solidariedade.

Eu acredito que o bem de maior valor nesse mundo é a vida.


Ela

2 comentários:

  1. Olá.. vc era meu seguidor no twitter, mas desativei a conta. Não tenho um cotidiano
    interessante o bastante para compartilhar
    com alguém. Agora compartilho apenas com
    os amigos mais íntimos no facebook... se
    vc tiver facebook, coloque aqui que eu te
    convido para continuarmos compartilhando
    informações culturais interessantes. Vou
    continuar acompanhando este blog porque é
    interessante. Parabéns pelas reflexões.Pricis9

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  2. Olá, muito obrigada!
    Temos um e-mail, caso queira entrar em contato: ideiasmuitasideias@gmail.com

    Quanto ao seu cotidiano ser desinteressante, não se iluda, para a maioria o twitter virou só mais uma ferramenta para atribuir valor extraordinário aos seus próprios interesses e assim fazer se sentir interessante para os demais. Se você não se encaixa no perfil, já demonstra alguma humildade. ;)

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